Sócio fundador, Hilário Duque preside ao Bougadense há três épocas. Um dos únicos cargos que o dirigente, de 66 anos, ainda não tinha ocupado. Uma figura emblemática e que ficará para sempre ligado à história. Ou não fosse o autor do primeiro golo oficial do Bougadense, a 21 de outubro de 1972, no triunfo, por 2-1, sobre o INCANA, no jogo de estreia no Campeonato de Amadores da A. F. Porto. "No início, fundámos o clube para dar uns chutos e, depois, ir comer uns petiscos. Nunca pensei que atingiria este nível, mas só me posso sentir orgulhoso no que o Bougadense se tornou", explica, com um brilho no olhar, Hilário Duque.
"O clube vai sobrevivendo com algumas dificuldades, mas continua a ser motivo de orgulho para todos aqueles que o representam. Quando assumi a presidência, tínhamos uma dívida de 37 mil euros e, agora, está em 7500. Enquanto não a conseguirmos liquidar na totalidade, não poderemos pensar em ambicionar com a subida à Honra", justifica Hilário Duque, salientando a "forte aposta" que o Bougadense fez na formação.
"Apesar de sermos vizinhos do Trofense, há espaço para todos. Temos todos os escalões de formação e, nesta época, criámos uma equipa B [compete na 2.ª Divisão Distrital] para possibilitar um espaço competitivo aos jogadores que sobem dos juniores", justifica o dirigente, que se dedica ao Bougadense de alma e coração. "Passo cerca de dez horas por dia no clube e trato-o com o maior carinho, como um filho", concluiu, Hilário Duque.
"Formámos um grupo de amigos" Mergulhado na 2.ª Divisão Distrital, o Bougadense recorreu a Agostinho Lima, treinador que tinha feito história na formação e realizado um bom trabalho na equipa sénior. O treinador, de 54 anos, aceitou o desafio e os resultados falam por si. Subiu na primeira época, garantiu a permanência na segunda e nesta temporada a equipa encontra-se num tranquilo oitavo lugar. "Construímos um plantel a custo zero e à base de jogadores que já tinha treinado, alguns deles que não jogavam há vários anos, e formámos um excelente grupo de amigos, uma segunda família. Só assim conseguimos ombrear com clubes com outros argumentos", justifica Agostinho Lima. Amanhã, em dia de 45.º aniversário, o Bougadense defronta o Torrão, lanterna vermelha do campeonato. Somar os três pontos, que garante a cada jogador um prémio de 20 euros, fará com que a festa tenha ainda mais sabor.
Leia mais: Aos 45 anos, Bougadense quer recuperar a glória perdida http://www.jn.pt/desporto/especial/interior/aos-45-anos-bougadense-quer-recuperar-a-gloria-perdida-5719276.html#ixzz4b7bTtDyN Follow us: jornalnoticias on Facebook